Nos intervalos do curso, os formandos aproveitam para debater ideias, ensaiar cânticos ou trabalhar em grupo. Numa dessas pausas, dois cursistas, ana Maria da Cruz e César Silva, falaram à Fátima Missionária, sobre o que a formação sobre a missão representa
Nos intervalos do curso, os formandos aproveitam para debater ideias, ensaiar cânticos ou trabalhar em grupo. Numa dessas pausas, dois cursistas, ana Maria da Cruz e César Silva, falaram à Fátima Missionária, sobre o que a formação sobre a missão representaO curso não fazia parte dos planos de ana Maria da Cruz que efectua, em Portugal, a sua preparação para os votos perpétuos. Contudo, garante que este primeiro ano da formação bienal ultrapassou as suas expectativas. É «uma oportunidade única, afirma a religiosa da congregação, Jesus Maria e José. «Mesmo sendo irmãs, precisamos de estar sempre informadas e o curso de missiologia ajuda-nos a perceber qual tem sido a nossa missão.como é o nosso desempenho e de uma forma mais específica como é que eu tenho vivido nos lugares onde tenho sido chamada para a missão. a formação coloca dúvidas onde dantes não havia: «Eu questionei-me sobre a minha maneira de estar com as pessoas, afirma, em referência ao Paraguai, onde trabalhou nos últimos seis meses como missionária.
«as minhas ideias não podem ser impostas e não pode ser com pressa. Para mim pessoalmente o que mais me questiona é o tempo. Deus é tempo. É espera, continua. a irmã, natural do estado brasileiro de Minas Gerais, destaca a «necessidade de primeiro observar, estar com o povo e aprender a viver com ele. O missionário parte com um grande desejo, vontade de agir, mas «é muito necessário que haja tranquilidade para observar, conhecer, sentir as pessoas, ver o que pensam, como agem. Isso demora algum tempo. Não é imediato, observa. O curso de missiologia ajudou-a a encarar as diferenças culturais de outra forma. Lembrando o trabalho de reflexão realizado nos últimos dias, destaca a ideia de que é preciso «ver o que é essencial, o que nos une e não o que nos distancia.
Um complemento enriquecedor
«Este curso complementa bastante o que nós fizemos em teologia, afirma César Silva, finalista do curso. «Falta um pouco esta dimensão da missiologia e complementou muito bem. Fico muito contente porque abre perspectivas de missão muito necessárias, explica, referindo o mestrado em teologia que está prestes a concluir. «Há um contacto muito próximo com pessoas que já foram missionárias, com pessoas de outros países que são missionárias em Portugal. Isso é uma riqueza extraordinária porque é um diálogo entre o que se aprende na teoria e o que as pessoas vivem na prática e nos mostram, considera sobre a formação que teve início a 23 e termina a 27 de agosto, em Fátima.
O curso de missiologia ajudou-o a perceber melhor a necessidade da abertura a outras realidades culturais e religiosas. «as expressões diferentes de fé tocam-nos de uma forma quase que nos ferem, confessa. «Penso que é uma experiência muito boa porque nós, realmente, aos poucos conseguimos descobrir que Cristo está lá e se calhar até está mais do que nas nossas celebrações. No fundo, a questão da dança, do canto, das celebrações mais longas, do uso de paramentos litúrgicos diferentes para celebrar a Eucaristia mostra que realmente Cristo veio para todos, afirma o seminarista do Verbo Divino.