Lisboa, Munich, Joanesburgo e finalmente Maputo. Pela primeira vez tenho os dois pés bem assentes numa das capitais africanas que outrora tinha o nome de Lourenço Marques e em que as coisas nessa altura eram bem diferentes
Lisboa, Munich, Joanesburgo e finalmente Maputo. Pela primeira vez tenho os dois pés bem assentes numa das capitais africanas que outrora tinha o nome de Lourenço Marques e em que as coisas nessa altura eram bem diferentesDepois de 19 horas e muitas expectativas, estava eu num aeroporto novinho em folha e uma mala a menos. assim começa o dia em 31 de Julho de 2011, dia em que Moçambique entrou no mapa da minha vida. apesar de só ter a mala de mão com alguns pares de cuecas e meias, e o essencial de documentos e dinheiro, não é motivo de grande a preocupação.com alguma calma, apresento a minha primeira reclamação de mala, coisa nunca antes experimentada. a entrada em Moçambique, apesar de calma, tinha bastante segurança e, quando foi hora de ter o meu passaporte carimbado com a entrada em Maputo, surge logo um pequeno diálogo com a segurança alfandegária acerca dos meus motivos para ali estar. Depois de três ou quatro linhas de diálogo, o carimbo ali está e eu oficialmente dentro do país.

Entre o «checkpoint do passaporte e a saída ainda veio mais um passo importante, razão de várias conversas antes de vir para africa, a passagem da mala com possível revista. as conversas de outras experiências, tanto em Luanda como em Maputo, tinham sempre latente a abertura de mala com possível sugestão de um pequeno presente a lembrar suborno para passar sem problemas. Um sabonete ou uma caneta ou qualquer coisa simbólica, que acalmasse o espírito da segurança e me fizesse seguir viagem. Para surpresa minha nada aconteceu, a minha demora com a mala perdida fez com que surgisse um simpático moçambicano a interpelar-me acerca de um padre estar à minha espera. Sendo assim, a minha saída é bastante rápida, sem qualquer abertura de mala ou paragem. Estou do lado de fora do aeroporto muito mais facilmente do que pensei.

Espera-me um padre italiano, de seu nome Franco, com um aperto de mão muito amigável e um sorriso pronto a receber um desconhecido. Seguimos para o carro. Os cinco minutos seguintes são de alguma ironia, já que o carro não liga. Depois de muitas tentativas, o carro acaba por arrancar. Sem explicação mecânica, o carro tinha, ao jeito português e africano, um jeitinho para ligar. Seguimos sob um céu misturado entre nuvens e o sol brilhante iluminando a cidade. a simpatia do padre Franco dá origem à primeira conversa sobre Moçambique, introduzindo as minhas primeiras perguntas sobre a cidade. Enquanto isso, a minha janela torna-se numa tela de cinema, em que todos os filmes e documentários vistos anteriormente ao longo da minha vida chegam a um filme verdadeiro, em que eu faço parte do guião. O primeiro olhar no caminho entre o aeroporto e a minha nova breve morada, vou narrá-lo na minha próxima crónica. Segue dentro de momentos! até já!