Francisco Chimoio, arcebispo de Maputo, manifesta-se contra a proposta do governo de liberalizar o aborto até às 12 semanas. Responsáveis católicos e muçulmanos consideram que atenta contra a dignidade humana
Francisco Chimoio, arcebispo de Maputo, manifesta-se contra a proposta do governo de liberalizar o aborto até às 12 semanas. Responsáveis católicos e muçulmanos consideram que atenta contra a dignidade humana a liberalização do aborto é um passo não muito feliz para o nosso povo, para a nossa cultura e para nossa fé, disse à Lusa o arcebispo de Maputo. Quem acredita em Deus não pode pactuar com essa decisão porque a vida é um dom, e o quinto mandamento é para respeitar a vida. a proposta de lei sobre o aborto anunciada há duas semanas pelo governo moçambicano, que autoriza a interrupção voluntária da gravidez até às 12 semanas, vai ser enviada para aprovação parlamentar, onde a FRELIMO detém maioria absoluta.
Francisco Chimoio referiu que, em casos do feto colocar em risco a vida da mãe, os médicos podem aconselhar a fazer o aborto, porém a decisão deve ser tomada pela mulher. Cada um tem a sua consciência, nos casos em que o feto coloca em risco a vida da mãe, os médicos podem aconselhar e a pessoa toma a decisão, tendo em conta que cada um tem que pagar pelos seus actos, referiu o prelado moçambicano.
Somos contra o aborto, porque quem dá vida é Deus, e quem a tira é somente Deus. Ninguém tem o direito de tirar a vida de outrem, disse à Lusa Issufo Maomade segundo secretário da Comunidade Maometana de Moçambique. Mas temos algumas excepções para o aborto, como, por exemplo, quando o feto coloca em risco a vida da mãe, ressalvou Issufo Maomade.