Erol Dora, 47 anos, cristão siríaco, foi eleito para o Parlamento turco, nas eleições de 13 de Junho. Declarou que tudo fará para «ser a voz das comunidades cristãs da Turquia na cena Política, assim como em todo o Sudoeste do país»
Erol Dora, 47 anos, cristão siríaco, foi eleito para o Parlamento turco, nas eleições de 13 de Junho. Declarou que tudo fará para «ser a voz das comunidades cristãs da Turquia na cena Política, assim como em todo o Sudoeste do país» a sua eleição representa um passo em frente no passado da Turquia, na medida em que, no passado, as minorias eram consideradas estrangeiras, explica o advogado cristão. O país está a evoluir para uma concepção que alarga o conceito de cidadania, num sentido mais inclusivo, também aos grupos étnicos e culturais não turcos. Espera-se que todas as componentes da sociedade turca – siríacos, arménios, hebreus – possam participar na vida política. Seria um sinal de que os direitos são garantidos a todos, explicou o deputado cristão. Seria um contributo para melhorar a Turquia. a eleição do advogado Dora é, na verdade, um bom sinal para o país, comentou o sacerdote Lourenço Piretto, do Vicariato apostólico de Istambul, em declarações à agência Fides. Dora é conhecido porque, como advogado, defendeu frequentemente os cristãos envolvidos em processos e é um ponto de referência na defesa dos seus direitos. O religioso sublinhou: Há mais cristãos presentes nos conselhos municipais, mas já há muito que não se via um cristão no Parlamento. Erol Dora foi eleito na região sudoeste, por Mardin, como candidato independente do partido Trabalho, Democracia e Liberdade, apoiado pelo partido curdo Partido pela Paz e Democracia. O governo do aKP, que venceu as recentes eleições, deu no passado bons sinais de abertura. Esperamos que possam continuar e ampliar-se, declarou o vigário Lourenço Piretto. a questão é o reconhecimento da personalidade jurídica às comunidades religiosas. a Turquia precisa de alargar o conceito de liberdade religiosa, que não pode limitar-se apenas à liberdade de culto. Um ano depois do assassinato de Luís Padovese, vigário apostólico da anatólia, a comunidade cristã da Turquia continua a viver o seu caminho, trabalhando em diálogo fraterno, na esperança de que um evento tão trágico dê frutos espirituais e concretos no campo do respeito e da estima entre crentes de diversas religiões.