Crescimento económico sem melhoras nas condições de vida da população pode resultar em “bombas a explodir” em África, admitiu o vice-ministro do Planeamento de angola. O seu país confronta-se com o mesmo problema
Crescimento económico sem melhoras nas condições de vida da população pode resultar em “bombas a explodir” em África, admitiu o vice-ministro do Planeamento de angola. O seu país confronta-se com o mesmo problemaÉ um problema que tem estado a afectar África e não só. Está a haver crescimento económico mas sem criação de emprego e que, muitas vezes, não é partilhado e distribuído da melhor forma, disse o governante Lima Campos, em declarações à agência Lusa. Significa que, no longo prazo, podemos estar a acender bombas, que podem explodir, que podem criar situações muito perniciosas. Lima Campos esteve, em Lisboa, á frente da delegação angolana na reunião anual do Conselho de Governadores do Banco africano de Desenvolvimento (BaD). O crescimento inclusivo, tema desta cimeira, é a questão da ordem do dia que se coloca para todos os países africanos. angola está confrontada com essa situação, mas estão a ser envidados esforços para responder aos desafios, isto é, para que o crescimento fulgurante melhore as condições de vida da população, crie emprego e que seja um crescimento sustentado, garantiu Lima Campos. Entre as políticas em curso para diversificar a economia e tornar esse crescimento económico inclusivo, criador de emprego e que proporcione melhor distribuição do rendimento pelo população, o vice-ministro referiu o programa de investimento público em curso. É um programa voltado para a reparação e construção de infra-estruturas que vão permitir maior desenvolvimento das regiões mais afastadas dos centros económicos, um programa com grandes investimentos também na educação e saúde, e que se preocupa com a diversificação económica. O empresariado angolano é jovem e mal preparado ao nível de competências de gestão, e necessita de formação. Muitas vezes a empresa é criada e, passados seis meses, fecha por causa dessa falta de capacidades, sublinhou Lima Campos. O acesso ao crédito é um factor importante neste domínio, salientou o vice-ministro, adiantando que estão a ser criadas condições de acesso, através do Banco de Desenvolvimento de angola. a economia angolana deverá continuar a crescer (11,1 por cento em 2012), favorecida pela recuperação dos preços do petróleo, mas continua impulsionada pelo investimento público que é marcado pelo clientelismo político e pela corrupção. a vice-presidente do Banco Mundial para África considerou, por seu lado, que a pobreza e o excesso de população em Luanda são uma “bomba-relógio” e aconselhou o governo angolano a incluir os cidadãos na discussão sobre o futuro do país.