Violações de direitos humanos cometidas na Costa do Marfim, após as eleições presidenciais de Novembro de 2010, “podem constituir crimes contra a humanidade e crimes de guerra”, segundo um inquérito da ONU
Violações de direitos humanos cometidas na Costa do Marfim, após as eleições presidenciais de Novembro de 2010, “podem constituir crimes contra a humanidade e crimes de guerra”, segundo um inquérito da ONUO Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em 25 de Março, decidiu criar uma comissão de inquérito internacional independente para investigar as violações cometidas na Costa do Marfim. a Comissão concluiu que, durante o período considerado, foram realizadas por diferentes atores numerosas violações graves dos direitos humanos e do direito internacional humanitário, pode ler-se no relatório de 25 páginas. algumas podem constituir crimes contra a humanidade e crimes de guerra, afirma o relatório, citado pela agência Lusa. as violações foram cometidas pelas Forças de Defesa e de Segurança (pró-Gbagbo) e os seus aliados (milícias e mercenários) e depois, durante a sua contra-ofensiva e após o seu controlo do país pelas FRCI (Forças Republicanas da Costa do Marfim, pró-Ouattara).

a crise começou após as eleições presidenciais de 28 de Novembro. Quando o candidato da oposição, alassane Ouattara, foi reconhecido como presidente eleito e o presidente cessante, Laurent Gbagbo, se recusou a abandonar o poder, estalou o conflito. De 4 a 28 de Maio, a comissão de inquérito esteve na Costa do Marfim e calculou que cerca de 3. 000 pessoas tenham sido mortas. além de recomendar ao governo da Costa do Marfim que os autores das violações sejam julgados, a comissão defende a criação de um mecanismo independente sobre a situação dos direitos humanos no país.
Enquanto a violência perdura na Costa do Marfim, o relatório vai ser discutido no Conselho dos Direitos Humanos, das Nações Unidas, nos próximos dias, a 15 de Junho. Na passada quinta-feira, 9 de Junho, a operação da ONU na Costa do Marfim (ONUCI) declarou-se particularmente preocupada com a multiplicação recente de violência pelos elementos das forças armadas de alassane Ouattara no sul do país. Os conflitos já causaram dois mortos e dezenas de feridos.