Eugénio Kolossk chegou a Fátima há quase três anos, depois de ter recebido um convite do bispo da diocese, D. Serafim Ferreira e Silva. ao lado da mulher, apoia os ucranianos que aqui trabalham
Eugénio Kolossk chegou a Fátima há quase três anos, depois de ter recebido um convite do bispo da diocese, D. Serafim Ferreira e Silva. ao lado da mulher, apoia os ucranianos que aqui trabalham ” a maior parte dos imigrantes procura-me em busca de apoio”, revela o sacerdote ucraniano católico de rito bizantino. a razão parece obvia: uma alta percentagem destes imigrantes são homens. “Deixaram a mulher e os filhos na Ucrânia, não conseguem lidar com o facto de estarem longe das famílias”, explica.

Mas nem sempre funciona assim. Para alguns ucranianos, os encontros com o sacerdote, de olhos azuis-claros e olhar tranquilo, servem para falar de cultura. “Muitos imigrantes são formados gostam de falar de cultura, de conhecer os locais de interesse de Portugal”, explica com tranquilidade, lembrando ainda que “tinham empregos estáveis na Ucrânia, mas ganhavam pouco, vieram para cá para assegurar a educação e o futuro dos filhos”.

Também falam frequentemente da sua Ucrânia natal. Nas eleições presidenciais ucranianas de Dezembro, por exemplo, com a ajuda do Centro de apoio ao Imigrante da Diocese de Leiria-Fátima e do Centro de Estudos de Fátima, arranjaram dois autocarros e foram votar à embaixada da Ucrânia, em Lisboa.

O sacerdote acredita que o futuro presidente da Ucrânia, Victor Iuschenko, vai mudar a Ucrânia. “Iuschenko é mais voltado para o Ocidente. Podemos dizer que a Rússia perderá o seu “irmão” mais forte”, comenta, com esperança.

Eugénio Kolossk, pai de duas crianças pequenas, celebra diariamente duas missas na capela de rito oriental da Domus Pacis. Situada nas proximidades do Santuário, esta pequena capela de culto oriental transformou-se num ponto de encontro para os ucranianos.

O sacerdote não sabe exactamente quantos ucranianos vivem em Fátima, mas assegura que são largas centenas. a grande maioria está “bem integrada”, assegura, salvaguardando que “pode haver pessoas temporariamente desempregadas, mas não há ninguém a passar mal”.

Destes ucranianos, apenas uma percentagem mí­nima quer ficar cá. “Estamos a falar de uma população constituída maioritariamente por homens. é natural que queiram voltar para junto das suas famílias”, lembra.

Refere, por outro lado, ser “muito complicado trazer a família para cá”. Isto porque, segundo diz, a actual lei da imigração é “muito burocrática”. “Serve apenas os interesses dos advogado, que cobram cerca de quatro mil euros para tratarem dos processos de legalização”, critica.

Eugénio Kolossk mostra-se satisfeito por estar em Fátima. “Nossa Senhora ocupa um lugar muito importante no coração de todos os ucranianos (ortodoxos e católicos), revela o sacerdote, para quem é um “privilégio” trabalhar em Fátima.