Governos do norte e do sul do Sudão trocaram acusações no Conselho de Segurança sobre a responsabilidade da escalada bélica no abyei. ambos aceitaram uma força de paz internacional naquela região por eles disputada
Governos do norte e do sul do Sudão trocaram acusações no Conselho de Segurança sobre a responsabilidade da escalada bélica no abyei. ambos aceitaram uma força de paz internacional naquela região por eles disputada Provocações e ataques das forças do Sudão do Sul levaram à tomada de abyei pelas forças do governo de Cartum, a 21 de Maio, segundo o embaixador do Sudão junto das Nações Unidas (ONU). Daffa-alla Osman afirmou que a ocupação não é sem fim, mas decorrerá apenas até à assinatura de um acordo político e de segurança para aquela região. E esclareceu: a nossa presença não é uma ocupação. Somos um país soberano, fazemos a nossa movimentação de tropas. ainda segundo o embaixador sudanês na ONU, um novo acordo poderá levar ao desdobramento de unidades conjuntas integradas na zona ou talvez encontrar novos mecanismos mais eficazes que substituam ambas as forças, nomeadamente uma força africana.
Tendo como base a proposta do grupo de sábios chefiado pelo ex-presidente sul-africano Thabo Mbeki, Daffa-alla Osman sugeriu ainda a criação de um mecanismo internacional de monitorização da zona. Teria ainda a missão de vigiar as fronteiras entre as duas partes, proposta actualmente em consideração e que provou o seu sucesso antes da assinatura do acordo. O governo do Norte mantém-se comprometido com o acordo Geral de Paz, que deverá culminar a 9 de Julho próximo com a criação do novo estado do Sudão do Sul. Entretanto o embaixador sudanês acusa as forças do Sudão do Sul de violarem os termos desse acordo.

Por seu laso, o representante permanente do Sul do Sudão nos Estados Unidos e nas Nações Unidas, Ezekiel Lol Gatkouth, afirmou que o seu governo aceitou a oferta da Etiópia de enviar soldados para patrulhar as zonas de fronteira, sob os auspícios da ONU, e encorajou Cartum a fazer o mesmo. acreditamos que a ONU está em melhor posição para disponibilizar apoio e que tem de ter liberdade de movimentos e capacidade de vigiar ambos os lados da fronteira norte-sul. a ocupação de abyei foi a mais séria violação dos acordos de paz desde a assinatura, em 2005, disse Ezekiel Lol Gatkouth. E exigiu que o Conselho de Segurança actue de forma rápida e decidida, condenando a violência e permitindo o acesso de agências humanitárias à região. O governo do Sudão do Sul já confirmou que pretende que as Nações Unidas mantenham uma presença no novo país depois da independência, a 9 de Julho. Cartum, por seu lado, informou o secretário-geral da ONU que não quer que a missão no seu território se prolongue para além da mesma data.