a Igreja católica do Quénia promove desde há anos a devoção a Nossa Senhora, mãe de Deus e mãe da África, em Subukia, povoação situada na linha do Equador. Brevemente surgirá lá um santuário mariano, com capacidade para mais de cinco mil fiéis
a Igreja católica do Quénia promove desde há anos a devoção a Nossa Senhora, mãe de Deus e mãe da África, em Subukia, povoação situada na linha do Equador. Brevemente surgirá lá um santuário mariano, com capacidade para mais de cinco mil fiéisQuando há dias lá se procedeu a uma recolha de fundos para a construção do dito santuário o presidente da República e vários outros políticos foram generosos contribuidores. a tradição nacional de proporcionar aos políticos a oportunidade de serem notados na Igreja como pessoas endinheiradas cria sempre nos crentes um certo mal-estar, como se tivessem assistido a um casamento de conveniência. a palavra de Jesus, acerca de dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, parece-me em casos como este não se harmonizar facilmente com a obrigação de denunciarmos sem qualquer constrangimento os abusos do poder civil, dado que a voz profética da Igreja pode facilmente ser abafada pela conveniência de não hostilizar a mão que lhe dá pão. Num país onde metade da população sobrevive com menos de um dólar por dia, é importante que a Igreja se sinta livre para denunciar a corrupção, o enriquecimento ilícito e os demais flagelos sociais, a que os governantes parecem não querer pôr cobro. Não nego que as contribuições dos poderosos sejam uma preciosa ajuda para edificar igrejas, escolas, dispensários e outros equipamentos sociais. Temo só que, mesmo involuntariamente, estejamos a contribuir para manter pobres os pobres, beneficiando do poder dos poderosos.