O tráfico ilícito de objectos culturais é um grande problema do continente africano. Estados africanos têm de agir para salvaguardar o seu património e parte da sua história
O tráfico ilícito de objectos culturais é um grande problema do continente africano. Estados africanos têm de agir para salvaguardar o seu património e parte da sua históriaDurante o período colonial, a África foi sendo, gradualmente, destituída das suas riquezas. a partir da década de 1960, gerou-se um importante mercado em volta destes bens. Por todo o continente, circulavam comerciantes que compravam produtos a preços insignificantes para depois lucrarem com a sua revenda na Europa, recorda Samuel Sidibé, arqueólogo e director do museu nacional do Mali. Porém, a questão só suscitou a atenção dos estados africanos a partir de 1970. Foi então instituída, com o apoio da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – a Convenção de 1970, que visava impedir a exportação ilícita de património.
Contudo, o problema manteve-se e desenvolveu-se até aos dias de hoje. Segundo o especialista, citado pela edição digital, allafrica.com, os estados africanos não foram suficientemente vigilantes, não tendo investido na formação, no combate do tráfico e na conservação do património local. O tráfico nasce primeiro de uma forte demanda no exterior, afirma Sidibé. Há coleccionadores privados e museus interessados em objectos africanos que, com o tempo, adquiriram estatuto de objectos de arte e valem milhões no mercado. Países ricos, como a França, Bélgica e Estados Unidos, são os grandes consumidores.