O Deus que entra em contacto com cada um de nós, fruto da relação pessoal com Jesus Cristo, que liberta e salva. Mas exige um olhar atento ao outro e ao exercício da caridade
O Deus que entra em contacto com cada um de nós, fruto da relação pessoal com Jesus Cristo, que liberta e salva. Mas exige um olhar atento ao outro e ao exercício da caridadeNão se trata de um Deus que pede sacrifícios e acções cultuais, ele pede o nosso coração, afirmou José Eduardo Borges de Pinho na primeira das conferências do Ciclo de Inverno, no Santuário de Fátima.
O professor de Teologia da Universidade Católica defendeu que nunca possuímos Deus, nunca o conquistamos. antes somos interpelados e tudo o que fazemos é dar resposta a um dom.
ao colocar Deus na centralidade da vida cristã, depois de acolher o dom, tornar-se discípulo implica por parte do crente falar de Deus no registo da gratuidade e da acção salvífica. Mas, o que se verifica – alerta Borges de Pinho – é que estamos marcados por hábitos utilitaristas e funcionais assentes nas nossas capacidades. Nesta lógica acredito em Deus porque me é útil em certas situações.
O professor de Teologia alerta para o risco de os crentes pensarem Deus ao seu nível, ainda que algo superior, mas caírem em caricaturas. Mas a verdadeira racionalidade crente tem de ser atravessada pelo louvor adorante de Deus, defendeu.como fazer isso?
a centralidade de Deus é firmada no amor ao próximo e no serviço. E também no silêncio adorante. Para dar a Deus a prioridade que lhe é devida, diz Borges de Pinho, é necessário dar espaço a Deus, nas pequenas e grandes coisas, no meio das preocupações e dificuldades.
a centralidade de Deus na vida cristã, tema que deu o mote a esta conferência, passa por colocarmo-nos diante do mais fundo da nossa identidade. Para o concretizar só o silêncio interior, a ida ao mais profundo do nosso ser nos ajuda a descobrir a realidade do que somos e do que Deus nos quer dizer.