O Senhor é justo para com os oprimidos, dá pão a quem tem fome, e aos cativos a liberdade. Ilumina os olhos do cego; ampara os fracos e ama os justos – SalmoInvadido pela Palavra de Deus, prega o profeta amós a tempo e a contratempo, contra as injustiças sociais do seu tempo, uns sete séculos antes de Cristo. as suas palavras, como um azorrague, fere os ouvidos de muita gente, especialmente daqueles que diariamente constroem o abismo entre ricos e pobres. O alvo das suas apóstrofes continua a existir nos nossos dias: ai dos que praticam a injustiça para com os pobres! ai dos que enriquecem por meio da exploração que fazem dos fracos! ai daqueles que administram mal a justiça para com os indefesos. ai dos que não praticam e até mesmo se opõem à religião ao Deus verdadeiro!
a injustiça nega uma das maiores qualidades de Deus: Deus é justo para com todos. a injustiça é praticada não só pelos indivíduos, mas também pelas nações mais ricas e poderosas financeira, económica e militarmente. as nações que manipulam para seu próprio proveito o andamento das grandes organizações internacionais; as nações que malbaratam os bens que pertencem a todos, como o petróleo, a água, as riquezas minerais, a natureza… Sobre vós descerá o fogo do céu que devorará os vossos palácios! E sereis vós os primeiros a serdes desterrados para o amílcar… Preparai-vos para comparecer diante do tribunal de Deus, proclama amós (cfr 2,5; 6,7; 4,12). Contra estes se revoltará a natureza criada por Deus. E os injustos irão para o amílcar, tal como o rico avarento do evangelho de Lucas (16, 19-31).
Há ricos, gente da classe média e pobres que praticam a justiça. Vi na África e na américa do Sul muitos missionários curarem as feridas dos leprosos, mostrarem o seu carinho prático para com os anónimos. Quanta gente, jovens e menos jovens, que partilham o seu amor, o seu tempo, os seus talentos e os seus recursos financeiros com os que trabalham na frente das batalhas de Deus, em prol dos mais necessitados. Por meio deles, crianças inocentes que herdaram de outrem doenças, como a sida, saberão que há no mundo quem lhes tem o mesmo amor que Jesus mostrava a todas as crianças. Quantos órfãos encontrarão um colo onde pulula o carinho para com eles! Quantos moços e moças poderão realizar o seu sonho de servir a Deus no altar, num convento, num asilo para crianças ou velhinhos, em qualquer lugar onde todos são tratados como irmãos em Cristo! Quantas dores e desesperos aliviados pela magia da graça e da bondade de gente que decidiu usar os talentos recebidos para bem dos mais marginalizados! Como São João de Deus, Santa Isabel e os Pastorinhos de Fátima a darem a sua merenda aos mais pobres. Pode bem o Senhor Jesus sentir-se realizado, ao ver que valeu a pena o seu sacrifício que à sua glória leva toda a gente de boa vontade.