a liturgia do 17º Domingo Comum centra-se sobre a confiança do homem na misericórdia divina e, ao mesmo tempo, sobre a eficácia da oração humana
a liturgia do 17º Domingo Comum centra-se sobre a confiança do homem na misericórdia divina e, ao mesmo tempo, sobre a eficácia da oração humanaNa primeira leitura, deparamos com um abraão teimosamente pedinte. Mas a sua oração não visa o seu próprio proveito, mas procura, até ao limite, a salvação das cidades que tem diante dele. a condenação que atingiu Sodoma e Gomorra, ensina a segunda leitura, foi anulada pelo Crucificado. a cruz de Cristo é sinal de esperança: apaga a culpa por maior que ela seja. O Evangelho retoma o tema da primeira leitura e ensina ao homem de hoje o valor da súplica e a eficácia da oração.
a primeira parte do texto do Evangelho é dirigido aos cristãos do nosso tempo, que já não sabem ou perderam o hábito de rezar. É um modelo evangélico para aprender a orar segundo o espírito de Cristo, evitando que a oração caia na rotina ou em esquemas unicamente interesseiros ou até mesmo pagãos. Por outro lado, é um modelo missionário e ecuménico. Consegue juntar na mesma oração cristãos de diferentes confissões: católicos, e protestantes de mãos dadas podem dirigir-se a Deus Pai com as mesmas palavras. Esta oração do Senhor é um dos textos mais preciosos e constitui uma herança inestimável, comum a toda a cristandade.
Não podemos esquecer que a oração cristã não se limita a uma visão individualista e egoísta. Ela deve ir muito para além dos nossos desejos e pedidos interesseiros e é enriquecida por outras dimensões importantes. ao lado da oração como súplica, ela é também louvor, agradecimento e purificação dos pecados. a finalidade da nossa oração de súplica não tem a ver com a realização dos nossos pedidos. Muitas vezes não sabemos o que pedimos. Rezar consiste em colocar-se nas mãos de Deus para que Ele possa realizar por nosso intermédio o que contribui para a paz, a alegria e a felicidade, para a construção do reino de Deus.
a natureza da oração recusa uma atitude passiva, como se apenas Deus tivesse que resolver os nossos problemas. Orar não significa informar Deus sobre as nossas dificuldades e obstáculos. Ele já os conhece. Trata-se de colocarmo-nos numa atitude tal que Deus nos possa mostrar o que devemos fazer para ultrapassar as nossas dificuldades. Rezar é sentir o que Deus quer realizar no mundo através da nossa colaboração.