Grande parte da população africana não tem como cuidar da sua saúde; o dinheiro não chega. Por isso, há que investir na produção local de medicamentos
Grande parte da população africana não tem como cuidar da sua saúde; o dinheiro não chega. Por isso, há que investir na produção local de medicamentosMedicamentos para todos é o grande objectivo de profissionais de saúde africanos que pretendem desenvolver genéricos, no continente. Um bem escasso mas extremamente necessário, se tivermos em conta as elevadas taxas de Sida, tuberculose, entre outras doenças. Em África, 77 por cento das pessoas continuam sem o acesso a tratamentos de saúde; 90 por cento dos produtos farmacêuticos utilizados são importados ou obtidos através a ajuda internacional, revela o jornal afrik.com.
Camarões e Gabão são dois dos países que se mobilizam para contornar esta situação. Uma nova fábrica de medicamentos foi inaugurada em Douala, capital económica de Camarões, em abril. Hoje, há cerca de 217 mil pessoas [no país]a precisar de tratamento para a Sida. É portanto uma vantagem enorme poder fabricar os medicamentos no local, afim de os poder tornar mais acessíveis a um maior número de pessoas, considera Bertrand Kampoer, responsável de saúde, segundo a mesma fonte.
Grande parte da população africana não dispõe de recursos económicos para comprar os medicamentos de que necessita. Os genéricos, sendo muito mais baratos, deveriam melhorar em grande escala o acesso da população aos tratamentos. São indispensáveis em África ondeexistemreaisproblemasnopoder de compra, explica Clotaire Manga, farmacêutico e responsável do centro de informação sobre medicamentos do Burkina Faso. Contudo, não se pode descurar na qualidade do produto; é necessário produzir medicamentos que obedeçam às normas fixadas pela Organização Mundial da Saúde.