O conselheiro geral do Instituto Missionário da Consolata para a américa fala sobre a realidade do trabalho infantil no continente. Direitos humanos e igualdade devem acompanhar o crescimento económico
O conselheiro geral do Instituto Missionário da Consolata para a américa fala sobre a realidade do trabalho infantil no continente. Direitos humanos e igualdade devem acompanhar o crescimento económicoO trabalho infantil gera lucro para quem explora e pobreza para quem é explorado. Empregar crianças significa lucro fácil, afirma antónio Fernandes. No continente americano, continua a ser uma dura realidade: na américa Latina há cerca de 17 milhões de pequenos trabalhadores; só o Brasil reúne três milhões de entre eles. a pobreza, na maioria das vezes, é o motivo que faz com que os pais coloquem os seus filhos a trabalhar. Não tendo dinheiro para alimentar toda a família, colocam-nos a trabalhar e, por vezes, a sustentar a casa.
a exploração laboral de crianças e jovens traz serias repercussões. Gera o desemprego dos pais, trabalho escravo, crianças doentes e desnutridas a morar em condições precárias, prejudicadas na sua capacidade intelectual e no seu direito à educação, lesadas no seu direito ao lazer, ao carinho, à alegria; sem infância, constata. O trabalho infantil é o resultado de uma série de realidades ligadas ao desenvolvimento social e económico. Nesse caso, estamos perante uma situação em que o desenvolvimento da pessoa humana, em todas as suas dimensões, não é tida em consideração.
Para o missionário da Consolata, o crescimento económico é importante, mas, por si só não basta. Há que investir paralelamente na igualdade, nos direitos humanos, trabalho decente para todos os adultos e educação das crianças até à idade mínima de admissão para um emprego. a eliminação do trabalho infantil não pode ser alcançada isoladamente. as políticas económicas e sociais têm de seguir a mesma direcção.
antónio Fernandes aponta três pontos essenciais no combate a este flagelo. Primeiro, refere o desenvolvimento económico e a educação como importantes elementos a considerar na elaboração de programas de combate ao trabalho infantil. Depois, fala na informação e formação de todos os agentes. Dar a conhecer esta realidade e formar uma consciencialização dos direitos individuas e colectivos. Por fim, apostar na organização social: Toda a forma de organização da sociedade civil ajuda na consciencialização e na luta pela justiça social, principalmente das pessoas mais vulneráveis, considera.