João amâncio viveu mais de cinco anos na Mangueira, favela do Rio de Janeiro. O seminarista da Consolata, natural da Paraí­ba, nordeste do Brasil, conta a sua experiência
João amâncio viveu mais de cinco anos na Mangueira, favela do Rio de Janeiro. O seminarista da Consolata, natural da Paraí­ba, nordeste do Brasil, conta a sua experiência a favela tem muitos aspectos positivos, como a solidariedade entre os moradores e a alegria de viver, reconhece João amâncio. apesar da pobreza em que vivem e das inúmeras dificuldades, fazem festa e encontram motivos para estarem sempre felizes. Mas, reconhece que viver numa favela é sentir na pele a desigualdade social que um modelo de desenvolvimento urbano pode gerar. O seminarista da Consolata defende que é fundamental entender a identidade da favela e dos que aí vivem, para poder compreender a construção de um novo tipo de utopia social. E, este deveria passar necessariamente pelos direitos fundamentais de cada morador e moradora, insiste.
a violência resultante do tráfico de droga e armas continua a ser um dos grandes problemas das favelas, reconhecido pelo próprio presidente. a falta de infra-estruturas, de acesso aos serviços de saúde e o desemprego dificultam a vida diária dos seus habitantes. É notória a ausência do poder público, nessas áreas, constata João amâncio. Este sempre isolou os pobres dos ricos. as melhorias só chegaram com a administração do governo de Lula da Silva, actual presidente, garante. Só nos últimos anos é que se começou a fazer algo: grandes construções de casas, com o objectivo de transformá-las em bairros sociais com infra-estruturas dignas, entre outros projectos.
a construção de muros em favelas do Rio de Janeiro é uma questão delicada e complicada. O governo alega a necessidade de proteger as áreas verdes, nomeadamente a floresta, invadidas por construções ilegais. Muitos consideram as obras como uma forma de isolamento e segregação das comunidades mais pobres em guetos. Uma coisa é certa: ninguém mora em área de favelas por vontade própria. É sempre por necessidade. Não adianta construir muros, tem que se incentivar a construção de casas, escolas, áreas desportivas, considera o seminarista. autoridades e personalidades famosas, são contra a construção desses muros. O ministro brasileiro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, é um dos críticos.