Durante a guerra e independência, estar presente já era uma grande ajuda para o povo moçambicano. «Gostavam que estivéssemos por perto», explica o missionário artur Marques
Durante a guerra e independência, estar presente já era uma grande ajuda para o povo moçambicano. «Gostavam que estivéssemos por perto», explica o missionário artur MarquesGraças a Deus fui para ali e os superiores esqueceram-se que eu estava lá, brinca o missionário da Consolata. Os 45 anos de trabalho em Moçambiquepermitem-lhe ter uma visãoconcreta da realidade do país. acompanhou duros tempos de guerra em que os missionários eram olhados de lado, e contribuiu para a formação do povo. Quando partimos para a missão sabemos que vamos encontrar situações difíceis, constata, com realismo.
Partiu para Moçambique, em 1965, dez anos antes da independência. Nesse tempo, sentia-se já o desejo do povo de vir aser uma nação independente. Vontade, essa, que artur Marques respeitou sem se intrometer. Nem os incentivei a lutar nem os retirei de tal. Nós ensinávamo-los a serem homens e enfrentarem a vida, afirma o sacerdote. Lutei para que fossem bons cristãos e pessoas esclarecidas, explica.
Tinha perfeita noção dos perigos da guerra, mas isso não diminuiu a sua coragem. Em qualquer saída que nós fizéssemos fora da sede, por pouco quilómetros que fossem, corríamos o risco de sermos atacados ou passarmos por cima de alguma mina. Os anos que seguiram a independência foram difíceis. a actuação dos missionários era muito limitada. Ouve tempo em que não podíamos fazer quase nada. Era só estar. a Igreja era mal vista e os crentes eram colocados de parte.
artur Marques fala sobreos tempos deguerra colonial e independência do país