Milhares de jovens menores são forçadas a casar com homens bem mais velhos, em muitos países africanos e do médio oriente. é necessário mudar as mentalidades
Milhares de jovens menores são forçadas a casar com homens bem mais velhos, em muitos países africanos e do médio oriente. é necessário mudar as mentalidadesOs casamentos infantis no afeganistão contribuem para a diminuta esperança média de vida, classificada nos 44 anos. Embora a lei determine os 16 anos como idade mínima para o casamento, muitas adolescentes são obrigadas a casar bem mais novas. Não é bom ter uma filha muito tempo em casa; é melhor ela ir para a casa do marido, o quanto antes, afirma a mãe de uma jovem, casada e grávida, com apenas 14 anos. Todos os pais agem desta forma, justifica. No afeganistão, 60 a 80 por cento dos matrimónios são forçados ou realizados de forma precoce, revela a agência Irin.
a pobreza, a iliteracia e a falta de sensibilização da população para o problema contribuiu para uma má interpretação do casamento. a maioria acredita agir para o bem dos filhos, quando na verdade arriscam a vida deles. Muitas pessoas não sabem que as uniões precoces trazem sérios problemas de saúde física e psíquica às raparigas, explica Razeqa Nezami, activista dos direitos humanos. além de toda a carga e responsabilidade que a criança adquire ao casar-se, há ainda os riscos das complicações de uma gravidez precoce. as jovens que dão à luz, antes dos 15 anos, têm cinco vezes mais probabilidades de morrer durante o parto.
a situação das mulheres e adolescentes no país do Médio Oriente é preocupante. O afeganistão tem a segunda maior taxa de fertilidade. Segundo a Irin, em cada mil meninas, com idades compreendidas entre os 15 e 19 anos, 121 já têm um ou mais filhos. a taxa de mortalidade materna e infantil também é bastante elevada: 25 mil mulheres morrem durante a gravidez ou parto. Muitas são proibidas de serem vistas por um médico. apenas 14 por cento dos partos são realizados na presença de técnicos de saúde.