a lentidão dos processos desacredita a justiça congolesa. a impunidade incentiva o crime e sujeita os profissionais da comunicação a repetidas violências
a lentidão dos processos desacredita a justiça congolesa. a impunidade incentiva o crime e sujeita os profissionais da comunicação a repetidas violênciasOs Repórteres Sem Fronteira’ alertam para a passividade da justiça na República Democrática do Congo (RDC), em relação ao assassínio de vários jornalistas. Só nos últimos três meses, um jornalista foi assassinado e três outras foram ameaçadas de morte, em Bukavu, a leste do país. Num dos seus relatórios, a organização de jornalistas baptizou a localidade: Bukavu, cidade dos homicídios. O dia de ontem – 21 de Novembro de 2009 – marcou o primeiro aniversário da morte de um jornalista da rádio local, Okapi. Didace Namujimbo foi morto a tiro quando regressava a casa, nessa cidade. Um ano depois, os responsáveis permanecem impunes.
Uma organização africana, Jornalistas em Perigo’ junta-se ao apelo. Doze suspeitos foram detidos, mas ainda não foram julgados. a lentidão dos processos e o flagrante desejo de o inquérito falhar impede que seja feita justiça no caso de Didace Namujimbo. Também contribui para que os trabalhadores da comunicação estejam expostos a incessantes violências, declararam em conjunto as duas organizações. O irmão da vítima interroga-se: Se há doze pessoas detidas, porque esperam para as julgar? Tudo deixa parecer que a justiça quer ver o caso esquecido.
Inicialmente, 17 pessoas tinham sido indiciadas pelo tribunal militar de Bukavu. Contudo, só 12 de entre elas continuam na prisão. Dos outros cinco, quatro conseguiram fugir e uma delas morreu. a data do processo é constantemente adiada e ultrapassada por outros casos, considerados mais importantes.