“Primeiro mundo exportou, e continua a exportar resí­duos tóxicos espirituais, que contagiam as populações de outros continentes, em especial as populações africanas”
“Primeiro mundo exportou, e continua a exportar resí­duos tóxicos espirituais, que contagiam as populações de outros continentes, em especial as populações africanas” a África representa para toda a humanidade um imenso pulmão espiritual. Mas este pulmão – advertiu o Papa – encontra-se ameaçado por duas patologias: o materialismo prático e o fundamentalismo religioso. as palavras são de Bento XVI durante a Eucaristia que deu início à assembleia sinodal para África.
aos 250 cardeais e bispos que participam nos trabalhos, alguns vindos dos 53 países de África, o Pontífice salientou que estão a difundir-se no continente africano grupos ligados a diferentes pertenças religiosas. E fazem-no em nome de Deus, mas segundo uma lógica oposta à lógica divina, ensinando e praticando não o amor e o respeito da liberdade, mas sim a intolerância e a violência.
O Santo Padre criticou ainda o colonialismo existente no continente africano que, terminado no plano político, nunca se concluiu completamente. E é visível um vírus que poderia atingir também a África, ou seja, o fundamentalismo religioso, misturado com interesses políticos e económicos.
Quando se fala de tesouros da África, pensa-se logo nos recursos de que é rico este território e que infelizmente se tornaram e continuam a ser motivo de exploração, de conflitos e de corrupção, lembra Bento XVI. a Palavra de Deus – salienta o Papa – faz-nos encarar um outro património: o património espiritual e cultural, de que a humanidade tem necessidade, ainda mais do que das matérias primas.