Os líderes muçulmanos cumpriram com a promessa: impedir a aprovação do projecto de lei. Há já dez anos que o texto é avaliado e discutido
Os líderes muçulmanos cumpriram com a promessa: impedir a aprovação do projecto de lei. Há já dez anos que o texto é avaliado e discutidoO presidente maliense cedeu às pressões dos líderes muçulmanos e vetou o novo código da família. amadou Toumani Touré pede que seja revisto pelos parlamentares. O projecto de lei tem sido objecto de grande controvérsia no país. Muito criticado pelo Conselho Islâmico que garantiu impedir a sua aprovação; defendido por associações femininas que lutam pelos seus direitos. Entre outras questões, o texto confere mais liberdade às mulheres, autoriza o divórcio e define uma idade mínima para o casamento.
a Federação Nacional das Organizações Femininas do Mali insiste na promoção de uma maior discussão sobre o código, de forma a dissipar quaisquer dúvidas e evitar interpretações tendenciosas.
No Mali, 90 por cento da população é muçulmana. Em Março, 50 mil habitantes manifestaram-se contra a lei, classificando-a de insulto ao Corão. O artigo que determina o casamento civil, como o único reconhecido pela lei, tem sido dos mais criticados. Os líderes religiosos pediram a todas as mesquitas para continuarem com o casamento religioso, ignorando os últimos acontecimentos. Recusam celebrar, no futuro, qualquer tipo de cerimónia para as famílias dos deputados, inclusive funerais.