Terra da boa gente, Inhambane é terra abençoada. Um património imenso de riqueza turística numa região deprimida pela pobreza é explorado quase unicamente por sul-africanos
Terra da boa gente, Inhambane é terra abençoada. Um património imenso de riqueza turística numa região deprimida pela pobreza é explorado quase unicamente por sul-africanosRecentemente tive uma surpresa através da imprensa moçambicana. O diário norte-americano New York Times colocou as praias de Guijata e da Baía dos Cocos entre as 50 mais bonitas do mundo. São praias situadas no litoral de Inhambane, próximo do Guiúa. a notícia tem razão de ser: os areais, a perder de vista, quase desertos; o mar transparente, um dos melhores da costa africana para mergulho e pesca; os recifes cheios de espécies de todas as cores e tamanhos: garoupas, raias e tartarugas, golfinhos e outros. De Junho a Setembro, até é possível ver baleias. Eu já as vi. alguns lodges, poucos, com cabanas de madeira e telhado de colmo, escondidas entre os coqueiros, completam o quadro. São praias a que não é fácil chegar. Longe dos itinerários dos destinos de massas, conservam o ar selvagem, a paz e o sossego. Um paraíso de que pode beneficiar muito esta zona de Moçambique. Junta-se-lhe Inhambane, uma das cidades mais bem conservadas do litoral de moçambicano. Em cada esquina são visíveis as marcas da arquitectura portuguesa, com a sua traça colonial. Todo este património faz-nos reflectir. Se por um lado, esta é considerada uma região deprimida devido à pobreza dos solos, à dificuldade de acessos e ao despovoamento, por outro, há um enorme potencial turístico que pode ser aproveitado e que pode produzir emprego directo e indirecto. Pode criar e distribuir riqueza; fixar a população na sua terra. Infelizmente falta o empresariado local e a exploração do turismo que existe está quase exclusivamente nas mãos dos sul-africanos.compete-nos também a nós, missionários, que contribuímos para a formação dos moçambicanos e ajudamos na sua educação. É preciso apontar caminhos de empreendedorismo e de futuro. Um exemplo disso é a missão de Santo Eusébio de Inhassoro. Esta fundou uma escola profissional de hotelaria e turismo para formar jovens que irão trabalhar neste sector. Estas notícias são um estímulo e confirmam o que já sabíamos: Inhambane, além de ser terra de boa gente, é uma terra abençoada e bonita.