Em África, as mulheres continuam a sofrer com a castração feminina. as que resistem não conseguem integrar-se na sociedade. Cirurgias, no Burkina Faso, tentam melhorar a vida de quem passou por isso
Em África, as mulheres continuam a sofrer com a castração feminina. as que resistem não conseguem integrar-se na sociedade. Cirurgias, no Burkina Faso, tentam melhorar a vida de quem passou por issoEmBurkina Faso, as vítimas de mutilação genital feminina conseguem verdiminuidosos danos que lhes foram causados, através de uma operação. Essas intervenções foram estudadas e desenvolvidas por um urólogo francês, quando trabalhava no país junto de mulheres que tinham sido excisadas, avança a agência de notíciasIrinnews.
Trata-se de uma operação de reconstrução do clitóris, existente desde 2006 e que atrai mulheres de outros países africanos. Pretende devolver-lhes um a vida sexual normal. Um dos cirurgiões explica que a operação pode ajudaralgumas mulherestraumatizadas, psicologicamente e fisicamente. Desde 2001 que existem cirurgias de reconstrução do órgão genital feminino. O objectivo era diminuir as complicações geradas pela excisão, como as dores sentidas durante a micção ou menstruação.
a operação custa 140 dólares nos hospitais públicos e pode chegar aos 400 dólares, nas clínicas privadas. É um preço muito elevado para as africanas, sendo que muitas acabam por desistir. algumas consideram-na um luxo devido ao custo, porém trata-se da reparação de uma injustiça explica Félicité Médah, membro de uma organização feminina. Vivo com a minha frustração. Nenhum homem quer ficar comigo porque não posso ter relações sexuais confessa uma das vítimas, citada pela Irinnews.
Segundo a amnistia Internacional, mais de 130 milhões de mulheres, no mundo, foram submetidas a esta prática. Está particularmente presente em África, em 28 países. Também se verificam casos nos outros continentes. Trata-se de um ritual de passagem da adolescência para a idade adulta. Traz vários problemas às vítimas, como a formação de quistos, infecções, ou mesmo infertilidade.