Na prisão de Douala, a fraca alimentação obriga os detidos a deixarem de tomar os medicamentos. No entanto, um programa de luta contra a Sida e Tuberculose já permitiu reduzir o número de infecções
Na prisão de Douala, a fraca alimentação obriga os detidos a deixarem de tomar os medicamentos. No entanto, um programa de luta contra a Sida e Tuberculose já permitiu reduzir o número de infecçõesÉ notável o esforço realizado na prevenção e no tratamento de casos do Vírus deImunodeficiência Humana(HIV), na prisão de Douala, capital económicade Camarões, nestes últimos quatro anos. Porém, a fraca alimentação e o difícil acesso ao preservativo continuam a ser obstáculos na tentativa de melhorar as condições de vida dos detidos, avança a Irinnews.
São mais de 3000 os que se encontram nesta prisão com capacidade para menos de 700 indivíduos. É a mais importante do país. as condições em que vivem os detidos favorecem a propagação de doenças contagiosas ou sexualmente transmissíveis, entre os mesmos. Os 80 óbitos, registados em cada ano na prisão, devem-se na sua grande maioria a doenças como a Sida ou Tuberculose.
Em 2005, o governo com o apoio da alemanha desencadeou um programa de luta contra a Sida e Tuberculose. actua ao nível da sensibilização dos detidos para a questão, tratamento e ajuda psicológica dos doentes, sendo também responsável pelas visitas médicas realizadas à prisão. São feitosrastreios para a prevenção das duas doenças, de forma recorrente. Há também uma especial atenção com a higiene dos detidos, nomeadamente na questão das lâminas utilizadas.
Estas iniciativas são responsáveis por uma redução da taxa de prevalência desta doença na prisão. Esta passou de 12,9 por cento, em 2005, para 7,1 em 2008. Porém, a questão da subnutrição constitui-se como um grande entrave na luta contra esta doença. Muitos detidos têm de suspender o tratamento ou tomam-nos de forma irregular, porque têm carências nutricionais. Se por um lado, os medicamentos não podem ser tomados com o estômago vazio, por outro, os detidos também não podem deixar de os tomar, sob pena de virem a desenvolver resistências aos tratamentos.
O fraco acesso aos preservativos é também outro dos problemas. Pois, apesar das relações sexuais serem proibidas dentro da prisão, são a principal causa das novas infecções que lá surgem. Se for necessário, o médico da prisão de Douala, defende que se devem disponibilizar preservativos dentro do estabelecimento.