Manhã do terceiro dia do fórum teológico em Belém, no Brasil, dominada pelo confronto entre as teologias ligadas à libertação e os movimentos feministas. a teologia “europeia” ficou à margem deste debate
Manhã do terceiro dia do fórum teológico em Belém, no Brasil, dominada pelo confronto entre as teologias ligadas à libertação e os movimentos feministas. a teologia “europeia” ficou à margem deste debateDimensão eco-teológica da corporeidade foi o tema do terceiro dia de trabalhos do fórum. Os 900 participantes escutaram um teólogo francês, Michel Dubois, e duas teólogas: a sul-coreana Chung Hyun e a norte-americana Mary Hunt.
Numa dissertação a exigir elevado grau de atenção o teólogo francês afirmou que há um apelo a re-interpretar os dados modernos a partir do pensamento teológico. Michel Dubois apresentou uma nova antropologia de rosto europeu.
Numa rota acentuadamente feminista, a teóloga coreana interrogou porque é que temos 40 anos de teologia de libertação e o mundo está pior. E apontou o dedo à teologia dominada por símbolos masculinos. Não são as mulheres que devem limpar a sujeira dos homens. E acrescentou: É preciso fazer surgir a energia feminina. Homens e mulheres juntos precisam de criar novos padrões de vida que possam fazer dançar de novo.
Por seu lado a teóloga norte-americana conduziu o seu discurso sobre um refrão que repetiu do princípio ao fim: Os nossos corpos não mentem. a uma teologia da libertação contrapôs a sua reflexão sobre as mulheres que vêem cerceados os seus direitos relativamente ao seu corpo.
Uma teóloga indiana teceu alguns comentários às intervenções dos oradores partindo da imagem do seu próprio nome. Traduzido em português, significa nenúfar. Esta linda flor branca afunda as suas raízes profundas na lama. E interrogava: Quem está na lama? Estamos todos. Não nos podemos só preocupar com os deficientes, os marginalizados e outros. a experiência da lixeira é que permite fazer teologia, para a transcender. E a teóloga indiana concluiu: Não há outro lugar para a teologia da libertação, se não a partir da lama