Depois de Porto alegre ter sido a sede em 2001, 2002 e 2003, o Fórum Social Mundial – FSM migrou para Mumbai, na Índia, em 2004, retornando à capital gaúcha em 2005
Depois de Porto alegre ter sido a sede em 2001, 2002 e 2003, o Fórum Social Mundial – FSM migrou para Mumbai, na Índia, em 2004, retornando à capital gaúcha em 2005No ano seguinte, o evento foi descentralizado e se realizou em três lugares: Bamako, em Mali, Caracas, na Venezuela, e Karachi, no Paquistão. Já a sua sétima edição, em 2007 foi realizada em Nairóbi, no Quênia. a dinâmica do Fórum suscitou uma série de atividades e iniciativas paralelas e ao mesmo tempo integradas, como por exemplo, o Fórum Mundial de Teologia e Libertação – FMTL.
Com mais de dois milhões de habitantes, Belém do Pará, a principal cidade da região amazônica, no norte do Brasil será sede, entre os dias 21 e 25 de janeiro do III FMTL e de 27 de janeiro a 1º de fevereiro, da 8a edição do FSM, reunindo boa parte da população mundial que segue acreditando e sonha com um mundo justo, humano, equilibrado e ecológico e trabalha nas mais diversas frentes em favor dele. a secretaria do evento já recebeu mais de 80. 000 inscrições. O poder público local e federal já investiu mais de 145 milhões de reais com obras para receber o Fórum em Belém. É importante esclarecer que o FSM não é uma entidade, nem uma organização, mas um espaço de debate democrático de ideias, aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, trocas de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil que trabalham para outro mundo possível. após sua 1a edição em 2001, o FSM tornou-se um processo mundial permanente, de busca e construção de alternativas às políticas neoliberais. O evento se caracteriza também pela pluralidade e pela diversidade, tendo um caráter não confessional, não governamental e não partidário.
Movidos pelos mesmos ideais alguns missionários e missionárias da Consolata no Brasil, participam desse processo desde a sua origem. as decisões do XI Capítulo Geral do Instituto Missões Consolata – IMC, (São Paulo, 2005) sinalizam claramente que além do anúncio aos não-cristãos, a pobreza urbana, as minorias étnicas, Justiça, Paz e integridade da criação e os novos areópagos são um desafio ao nosso empenho ad Gentes. (cfr. XI CG nn. 23-32). O Capítulo confirma ainda que, faz parte do nosso carisma a opção preferencial pelos pobres na sua situação de sofrimento, ânsia de justiça e caminhada de fé e de esperança (XI CG 24). Uma das propostas operativas prevê que as nossas comunidades apoiarão as iniciativas de Justiça e Paz e Integridade da Criação – JPIC promovidas pelo Instituto e colaborarão com outras entidades civis e religiosas que trabalham neste setor, como o Fórum Social Mundial e continentais. (XI CG, 76. 6). Nessa perspectiva as escolhas do Instituto estão em plena sintonia com a Carta de princípio do FSM e com os objetivos de ação traçados para a edição de Belém. apenas para citar: pela construção de um mundo de paz, justiça, ética e respeito pelas espiritualidades diversas, livre de armas, especialmente as nucleares; pela defesa da natureza (amazônia e outros ecossistemas) como fonte de vida para o Planeta Terra e aos povos originários do mundo (indígenas, afrodescendentes, tribais, ribeirinhos) que exigem seus territórios, línguas, culturas, identidades, justiça ambiental, espiritualidade e bom viver, são dois dos dez objetivos do FSM 2009.
Em janeiro de 2007, em Nairóbi, os missionários e missionárias da Consolata reuniram, durante o FSM, os responsáveis pelo setor de JPIC atuando nas diversas circunscrições da África e os diretores das 13 revistas editadas pelos dois Institutos, para no espírito do evento, participar do II FMTL e caminhar em sintonia com os princípios defendidos pelas organizações e movimentos que participam do FSM. Dando continuidade a essa experiência, em 2009, os dois Institutos levam a Belém do Pará, cerca de 60 missionários e missionárias, entre religiosas, padres, leigos e leigas, ligados aos trabalhos de evangelização e promoção humana para participar do III FMTL e do VIII FSM. Teólogos, estudantes e professores, além de pessoas ligadas aos movimentos populares, pastorais e educação popular estão sendo esperados para as discussões teológicas a partir do tema Água, Terra, Teologia – para outro mundo possível . a seguir, os participantes juntam-se às atividades do FSM.
Com o apoio da ONG Missionini Consolata ONLUS, missionários e colaboradores apresentarão projetos desenvolvidos em quatro países, com a participação das comunidades e em sintonia com a soberania dos povos e culturas, os direitos da pessoa humana, o respeito pela biodiversidade e a valorização das culturas como patrimônio da humanidade. as iniciativas incluem a resistência dos Povos Indígenas de Roraima no Brasil, a Escola de Perdão e Reconciliação – ESPERE e o projeto com o povo Nasa do Cauca na Colômbia, a captação sustentável de água na floresta de Mukululu, no Quênia e valorização da língua, arte e cultura do povo Macua em Moçambique.com o título Retratos da sabedoria de povos e culturas como garantia da sobrevivência do Planeta e da Humanidade, o Painel acontece nos dias 30 e 31 de janeiro, nas instalações da UFPa, Pavilhão Lp, Sala Lp 02, e faz parte do 6º eixo temático das atividades do FSM. além disso, dois Estandes farão exposição de material e informações sobre o trabalho dos dois Institutos no mundo.
Conforme padre antônio Fernandes, conselheiro Geral IMC, a participação dos missionários e missionárias da Consolata em eventos dessa natureza, torna-se fundamental no caminho da Continentalidade’ contribuindo para a construção coletiva da nossa Missão, em estreita colaboração com as demais forças em ação. a intensa programação nos oferece inúmeras possibilidades para aprofundar temas em debate na construção de um outro mundo possível e criar aliança com organismos e movimentos articulados. O objetivo do Painel sob a responsabilidade da ONG Missioni Consolata ONLUS é socializar saberes e riquezas dos povos na convivência sustentável e harmoniosa entre si e com a natureza, dando visibilidade da sua contribuição como sujeitos de um outro mundo. Espera-se com isso, fomentar a reflexão e a troca de experiências como meios de luta pelo acesso responsável aos bens comuns da humanidade e da natureza.com o mundo mergulhado em mais uma crise já estamos saindo da hegemonia total do neoliberalismo. Nesse sentido, o Fórum realizado no coração da amazônia, ganha força na busca de alternativas.