Delegados das dioceses à assembleia-Geral da Cáritas examinam, de 9 a 14 Novembro, os caminhos percorridos. Querem dar novo impulso à acção socio-caritativa na Igreja local, envolvendo as comunidades
Delegados das dioceses à assembleia-Geral da Cáritas examinam, de 9 a 14 Novembro, os caminhos percorridos. Querem dar novo impulso à acção socio-caritativa na Igreja local, envolvendo as comunidadesCriada em 15 de Julho de 1977, a Cáritas de Moçambique completou, em 2007, 30 anos de existência. O seu principal artíficie foi o padre Jaime Marques, missionário da Consolata português. Durante estes 30 anos, a Cáritas moçambicana, para além de ser um órgão da Igreja para a promoção e coordenação da pastoral social, foi interlocutora junto do governo na realização de programas sociais e de apoio à população afectada pelas calamidades naturais e pela guerra.
Com o recrudescimento da guerra civil (1978-1992), que rapidamente se alastrou a todas a as províncias, semeando a destruição e a morte, a Cáritas moçambicana, logo após a sua criação, levou o socorro a deslocados, mutilados, órfãos, viúvas, crianças desnutridas e outros. No cumprimento desta tarefa, o envolvimento da Caritas foi de tal maneira completo, que se estruturou a nível nacional e diocesano.
Com a chegada da Paz, de 1992 a 1994, o país começou a viver um período de estabilidade política e militar. Consequentemente, a Cáritas moçambicana deu por terminado o Programa de Emergência, no qual trabalhara durante 15 anos. Teve então de se perguntar: Teremos cumprido a tarefa para a qual a Cáritas moçambicana foi criada?.
Seguiu-se um período de repensamento. Em 1999 teve de parar e reponderar a sua missão. O Processo Nacional Consultivo culmina esta fase, com um amplo processo de consulta às bases, que dá à Cáritas um novo rosto. as principais conclusões deste processo orientam hoje a sua actividade a nível nacional: afirma-se como um órgão da Igreja católica em Moçambique; baseia-se na comunidade, promovendo o desenvolvimento integral do povo e valorizando as iniciativas de base; ajuda as comunidades e os crentes a manifestarem a vivência concreta da sua fé, através da prática da caridade organizada; promove a educação para a partilha e a promoção do ser humano; e, por meio da acção socio-caritativa, proclama eficazmente a Boa Nova, impulsiona a pastoral social da Igreja e constrói-se a Igreja como Reino de Deus.
Enquanto coordenador da pastoral diocesana, sou um dos três delegados da diocese de Inhambane a esta assembleia. Os delegados das dioceses olham atentamente para estes princípios que devem guiar a acção da Cáritas, dão graças a Deus por todo o bem realizado e examinam os caminhos percorridos para dar novo impulso à sua implementação no seio da Igreja local, a partir das paróquias e dioceses, para um melhor serviço aos mais pobres e à sociedade em geral.