Missionários e Organizações não governamentais unem esforços no apoio aos mais desfavorecidos. oferecem passaportes para a subsistência
Missionários e Organizações não governamentais unem esforços no apoio aos mais desfavorecidos. oferecem passaportes para a subsistênciaNa primeira terça-feira de cada mês, na paróquia do Guiúa, é distribuído um cabaz de alimentos a cerca de 200 pessoas. às mais velhas, mais pobres e mais frágeis. O cabaz é bem simples: cinco quilos de arroz; um de açúcar, um pacote de chá, um punhado de sal e uma barra de sabão. Parece pouco, mas, nos casos mais dramáticos, é o passaporte para a subsistência.
Os mais pobres são referenciados pelos missionários, pelo conhecimento que têm das comunidades, no dia a dia. as visitas pastorais, aos lugares mais remotos, revelam também casos de pobreza e solidão extremas, mais frequentes em viúvas e nos mais velhos. as próprias comunidades têm sido estimuladas a identificar e reconhecer no seu âmago os mais pobres e mais carenciados e comunicam os nomes aos missionários. além disso, ajudam com aquilo que podem: conservação da palhota, transporte de água, recolha de lenha, um pouco de mandioca e outros apoios.
a par da pobreza, alguns traços culturais vêm agravar a situação. Nesta região é ainda usual manifestar a incompreensão para com mortes ou doenças, culpando e ostracizando determinada pessoa. Rejeitada pela comunidade e privada de rendimentos, a subsistência é uma tarefa quase impossível. a ajuda é primordial. Os missionários têm-se esforçado por alterar esta mentalidade, introduzindo aos poucos uma pedagogia contra a indiferença, a par de uma cultura de solidariedade.
a escalada dos preços nos mercados internacionais e o desemprego têm engrossado as fileiras dos mais pobres e enfraquecido o tecido social. O esforço financeiro da missão é considerável, cerca de 800 € por mês.
É graças ao apoio de algumas associações que o Guiúa tem conseguido corresponder à ajuda que dele esperam os mais carenciados. a associação Mãos Unidas do padre Damião (Portugal) e África Directo (Espanha) têm sido os grandes parceiros dos últimos anos. Este Inverno (em Moçambique), quando só o caniço protegia do vento frio, a Cooperação Portuguesa foi fundamental no fornecimento extraordinário de cobertores. a todos o nosso obrigado. São chamas de solidariedade que todos os meses alimentam 200 velas de esperança.