Tanto o presidente Mwai Kibaki como o primeiro-ministro Raila Odinga prometeram implementar as propostas da comissão de inquérito à violência que aterrorizou o país
Tanto o presidente Mwai Kibaki como o primeiro-ministro Raila Odinga prometeram implementar as propostas da comissão de inquérito à violência que aterrorizou o paísDepois de o juiz sulafricano Johann Kriegler ter apresentado as suas conclusões sobre o exercício eleitoral que levou a actos de vandalismo generalizado no Quénia nos inícios de 2008, chegou agora ao fim outra investigação. Esta é específica sobre os actos de violência dos quais resultou a morte de 1. 133 pessoas, 405 das quais baleadas pela própria polícia.
O juiz Philip Waki e os seus investigadores concluíram que houve intervenção directa de altas personalidades do mundo político e empresarial. Nas suas conclusões propõem que seja estabelecido um tribunal especial para julgar estas pessoas. Caso contrario propõe-se entregar os nomes das mesmas e o dossier dos seus crimes ao tribunal internacional.
Segundo apurou esta comissão de inquérito as três principais causas dos distúrbios encontram-se no tribalismo, na generalizada cultura de impunidade e na acção das forças da ordem, especialmente da polícia. a comissão opõe-se a qualquer amnistia para os mandantes das chacinas e da destruição de propriedade. Os culpados devem ser julgados para que a impunidade dos grandes e poderosos deixe de reinar. a comissão admite a possibilidade de uma amnistia parcial para os pequenos executores, desde que os mesmos se reconheçam culpados e estejam dispostos a dizer toda a verdade.
Tanto o presidente Kibaki como o primeiro-ministro Odinga receberam com entusiasmo o relatório da comissão e afirmaram-se dispostos a implementar as propostas nele enunciadas. a verdade deve ser conhecida, dizem, para que possa haver verdadeira reconciliação. Só a verdade leva à liberdade.
O Quénia parece estar agora mais perto daquela reviravolta politica e social que, nas palavras do presidente Kibaki, o tornará um pais estável, unido e próspero. É de um país assim que os cidadãos se sentirão orgulhosos. a meta parece agora mais possível e atingi-la será a melhor homenagem que se pode prestar aos que perderam a vida para que a sua morte não tenha sido em vão.