Extraordinária entrevista ao bispo de Roraima: «Tributaram aos Índios uma conta que não é deles». Julgamento do Supremo, do Brasil, foi suspenso. Talvez para dar tempo de intoxicar a opinião pública
Extraordinária entrevista ao bispo de Roraima: «Tributaram aos Índios uma conta que não é deles». Julgamento do Supremo, do Brasil, foi suspenso. Talvez para dar tempo de intoxicar a opinião públicaHomem simples, afável e próximo, Roque Paloschi é bispo de Roraima há três anos. acompanha a luta das comunidades indígenas da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Melhor dito, vive com elas a luta não-violenta de 30 anos.
a 27 de agosto, em Brasília, no Supremo Tribunal Federal, teve lugar o julgamento do caso Raposa Serra do Sol. Seis arrozeiros contestam o decreto de Lula da Silva que reconhece o direito dos povos indígenas sobre as terras que ocupam desde sempre e foram invadidas pelos arrozeiros. O julgamento foi suspenso até ao fim do ano, a pedido de um dos juízes.
Emocionado, Roque Paloschi fala do julgamento em torno da demarcação da terra de Raposa Serra do Sol e do conflito entre índios e arrozeiros da região. Para o bispo de Roraima, o voto, os argumentos e a clareza do ministro ayres Britto, juiz relator do Supremo Tribunal Federal, só confirmou a praxis das comunidades indígenas. agredidos e atacados, de maneira criminosa, procuraram seguir o caminho da lei e da não-violência.
O comportamento evangélico dos indígenas é exemplar e admirável. O mundo inteiro reverencia Martin Luther King e Gandhi, nós, aqui no Brasil, podemos dizer que as comunidades indígenas de Raposa Serra do Sol, ao longo de mais de 30 anos, viveram o caminho da não-violência. Embora um pouco longa, é uma entrevista que prende a leitura e esclarece sobre o que está em jogo entre os arrozeiros que ocuparam as terras indígenas e os seus legítimos ocupantes.