40 anos de sacerdócio em três continentes. Tobias de Oliveira, missionário da Consolata, celebra o aniversário da ordenação sacerdotal e missa nova na sua terra, Fundada, Vila de Rei
40 anos de sacerdócio em três continentes. Tobias de Oliveira, missionário da Consolata, celebra o aniversário da ordenação sacerdotal e missa nova na sua terra, Fundada, Vila de ReiComo são belos os pés dos que anunciam a paz!, aclamou o coro da igreja da Fundada, bem adornada a festa. a paróquia sente alegria em acolher os seus filhos que longe anunciam a Palavra de Deus, afirmou o pároco, Manuel Alves. Tobias de Oliveira celebra 40 anos de sacerdócio no meio dos seus conterrâneos.
O superior provincial dos Missionários da Consolata, Norberto Louro, explica onde os viveu. aqui na Fundada, em Fátima, na Itália, na américa, em Portugal, já sacerdote a formar novos missionários, convencido que vale a pena comunicar a vocação missionária a outros. No Quénia e, novamente, em Portugal, como superior provincial. E como se não bastasse, voltou para o Quénia. Num momento de crise, após as recentes eleições, foi ouvido em todo o mundo na rádio, nas televisões e jornais, sobre a situação de crise no Quénia, acrescenta.
Uma razão sentimental traz-me aqui a celebrar hoje 40 anos da minha ordenação e missa nova. Não é uma data especial, explica o missionário que trabalha actualmente no Quénia. Nos 25 anos, não vim cá. Estou agora a compensar, antes de chegar aos 50.
Faço-o com sentido de solidariedade, de família. Sempre que andei pelo mundo, a quem me perguntava donde me veio a minha vocação, sempre disse que vinha da Fundada, sublinhou Tobias de Oliveira. Recordo-o com tanto respeito e carinho, prestando homenagem ao povo da Fundada, a todos vós, a esta grande família, que, graças a Deus, enviou tanta gente para as missões, como os padres Sebastião, Vicente, Barata, o meu tio padre Júlio, padre Laranjeira e outros, que tiveram influência na minha vida, no meu desejo de ser missionário, de partir.
Tobias de Oliveira explicou aos seus conterrâneos como é ser missionário no Quénia: Não significa entrar na reforma, apesar dos 40 anos. E acrescentou: Estar no Quénia significa estar perto das pessoas. É um país a ferver com tantos problemas, com lutas tribais, um país de grande pobreza.
Com 35 milhões de habitantes, metade vive com meio euro por dia, sobrevive com um punhado de farinha, um pouco de fruta ou leite. a maior parte das pessoas só tem uma refeição por dia, explicou o missionário. Não posso fazer muito para mudar a situação, mas posso dar esperança. E terminou com convicção: alegro-me com o desafio do Senhor. Posso dizer-vos que fiz a escolha acertada.
Coube ao missionário da Consolata, aventino de Oliveira, encerrar com um testemunho pessoal. Muitas coisas unem os dois conterrâneos: as avós maternas eram irmãs, foram ambos pastores e tantos outros aspectos comuns das suas vidas. Concluiu: Deus escolheu-nos para sermos amigos d’Ele e chamou-nos para vivermos com Ele. Envia-nos, talvez, para fazermos o trabalho do padre Tobias em qualquer parte do mundo.
Num gesto de generosidade e solidariedade, o pároco, Manuel Alves, ofereceu o ofertório da missa ao padre Tobias de Oliveira a favor das vítimas da fome no Quénia.